Pense um pouco sobre isso.
Os títulos podem parecer muito carinhosos, fofos, mas podem matar o talento de alguém
“O raio molequetizador”, foi uma expressão usada por Felipe num interessante artigo na Revista Meio&Mensagem, 03/06/19. Felipe fala de um costume nas agências de publicidade de se referir aos criativos, como o “menino da criação” ou a “menina da criação” e como atitudes agregadas a isso acabam infantilizando os criativos, e os afastando da liderança e da tomada de decisões com consequências para as agências. Achei uma bela sacada.
Como psicanalista vários aspectos me chamam a atenção nessa prática, além das questões relacionadas à complexa problemática narcísica ligada ao infantil, há que se pensar o que pode indicar para uma pessoa ser chamada de menino ou menina da criação, da recepção, do xerox, de TI, seja lá qual for a função, em qualquer instituição.
Penso que pode indicar, entre outras coisas, um lugar de não ser levado a sério e, portanto, não levar a sério a sua função e aqueles que o nomeiam assim.
A nomeação, é em psicanálise um tema importante, muitas vezes origem de sérios conflitos íntimos.
Os tais títulos podem parecer muito carinhosos, fofos, mas podem matar o talento de alguém porque sob eles vão se escondendo agressividade, poder, inibição e outros que tais.
Então, cuidado com o raio nomeador!
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